domingo, 18 de abril de 2010

No amor, a eternidade tem um "fim"



Quantas juras de amor para sempre todos nós não já fizemos?...
Quantas vezes fitamos o olhar no outro profundamente e enaltecemos essa juras?...
As vezes na volúpia do sexo, as vezes na promessa de uma casamento, as vezes no contemplar da lua, no por do sol...
Quantas sonhos todos nós não projetamos para viver a felicidade eterna?... Ainda bem que foram apenas sonhos. Acordamos num triste dia e percebemos que aquele amor acabou, enfartando-se em si mesmo, ou que ferimos o outro até sangrar toda a felicidade almejada. Talvez esse "amor para sempre" tenha se suicidado por não entender a eternidade. Quantas vezes ele estava tão cansado de sofrer, encostou-se, adormeceu e morreu silenciosamente em nossas atitudes.
Outras vezes se acovardou e nem permitiu sua existência ou continuidade.
Mas o pior não é quando ele acaba. O pior é o que todos nós fazemos do outro, aquele que juramos amar para sempre, quando essa eternidade dura pouco.
Tantos momentos bons agora condenados a nossa lembrança porque acabaram.
— A culpa foi sua! Eu sabia que você não prestava! Você me traiu...
Uma eternidade pode ser expressa em segundos, dias, meses, anos...
Somos efêmeros, passageiros com destinos diversos mas com parada obrigatória. Tudo morre, tudo acaba um dia, nada é eterno, somente Deus.
O amor só seria eterno se o mesmo tivesse sempre existido. Sem início. Sem nascimento. O amor nasce, cresce e morre. As vezes morremos junto com ele... Todos nós não nascemos para aceitar esse fato...
Portanto viva a eternidade nesse minuto, daqui a 60 segundos ele acaba. Diga "eu te amo" a quem merece essa sua declaração. Não tenha medo de dizer, talvez seja tarde demais... 58, 59, 60. Pronto! Acabou. É assim a vida. Achamos que ela também nunca acaba. Quando verdadeiramente amamos transformamos esse amor na razão de nossas vidas. Eis o motivo de acreditarmos no amor eterno.
Por isso não condene os outros, nem tampouco nos condene! Condene a eternidade, condene o amor que não te avisou que um dia podia morrer. Condene-se a lembrança desse amor que apesar de ter morrido ele um dia fora belo em sua eternidade passageira.

Não condene a roseira pelo espinho que fura
Condene a flor por exibir a beleza pura
Condene a lembrança porque no tempo dura
Mas não condene o tempo, pois só ele cura.

Assim, a jura de amor eterno, carrega em si "um fim": esconder eternamente que o amor tem sempre um fim.

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