quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Será que a morte é isso?

A morte é aquele dia final que encerra esta vida?
É aquele momento que todos sabem que um dia vai chegar e que ninguém quer?
Será esse dia o que dá todo o significado de uma vida?...
Será a morte o contrário da vida? Ou o seu complemento?...
Como podemos questionar algo tão simples e sombrio por uma só perspectiva?
O dia final, a passagem para outra existência...
Não! Eu não vejo a morte dessa forma. O início da vida se dá naquele instante da concepção, mas passamos pelo período da gestação e o nascimento com vida, que é o juridicamente considerado.
Não importa! Tomemos como início de tudo o momento da concepção. A partir deste instante cada segundo que se vive é também cada segundo que se morre.
Não podemos voltar o tempo, voltar esse processo. Quando alguém diz que o filho completou 3 anos de vida, ele também morreu 3 anos. Portanto, cada segundo que vivo na contabilidade da vida, também é um segundo de morte. Viver é ter a capacidade de morrer. Só morre quem está ou é vivo.
Mas essa morte não é igual a daquele dia em que nosso organismo para de funcionar. Este dia é conhecido como o dia do falecimento. É o dia em que você não pode mais morrer. O dia em que o processo de transformar vida em morte acaba.
Não temos mais os 10 segundos que passaram, temos apenas as lembranças deles, caso tenha sido marcantes. Daí podemos dizer que a morte é a transformação em vida, vida que é lembrada. De um modo geral vivemos mais do que morremos em essência. Lembramos pouco! Só dos momentos muito bons ou muito ruins...
Quem não é lembrado, não existiu! Pois não morreu porque não teve oportunidade de viver.
Faça o impossível para morrer todos os seus momentos de maneira mais leve e belo possíveis. Morrer é muito difícil. Morrer continuamente para você é um processo natural, para aqueles que te admiram é a lembrança.
O registro de que a morte valeu a pena é ser lembrado. Principalmente por aqueles que nos amam.
Ao chorar agora por algum ente querido, chore porque ele não pode mais morrer. Chore apenas por aquele dia em que a morte deixou de ser parte da vida daquele ente, não poderá ser mais lembrada dali em diante. E por último, não tenha medo de morrer, tenha receio deste difícil dia, dia do falecimento. Morrer é antes de tudo a arte de viver! Morra em paz!

1 comentário:

  1. Se morremos a cada instante em que vivemos, viveremos a cada instante do nosso falecimento através de outras formas. Podemos pensar assim a partir do ponto em que vemos a matéria como algo cíclico que nunca acaba ou surge e, de fato, se transforma. Mas, enquanto membros de uma sociedade materialista, morremos socialmente.

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