sexta-feira, 13 de maio de 2011

As lembranças do esquecimento


Fui embora de mim mesmo carregando uma pequena mala de memórias.
Antes de sair reguei o meu jardim de esperanças com lágrimas e pedaços de saudades.

Eu tinha muitas coisas para trazer. Mas propositalmente as esqueci.

Esqueci daqueles amigos falsos, ladrões que roubaram minhas horas.

Esqueci os traços de generosidade habitados em meus favores.

Esqueci que o amanhã será um outro dia. Não existe amanhã.
Esqueci que o Deus é um só para todos nós. O meu é só meu.
Esqueci o tempo perdido correndo contra o tempo. Tempo não é ouro.
Esqueci as juras de amor, as viagens, os sonhos. A fantasia é sua.
Esqueci a confiança, a fidelidade. A verdade está por trás da tua verdade.
Esqueci o para sempre, onze anos, oito anos, dois anos, 1 minuto...
Esqueci o você que havia em nós. Trouxe apenas aquele que havia em mim.
Esqueci o teu sorriso, teu corpo, tua cama, teu cabelo, teus olhos.
Esqueci que eu comprava esse amor que não tinha preço.
Esqueci que eu te amava e lembrei que eu sempre esqueço.

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